segunda-feira, 4 de março de 2013

Sangue a Bordo

Resenha: Vampiratas - Demônios do Oceano


O Sr. Tormenta, faroleiro da pequena Baía Quarto Crescente, sempre cantava uma cantiga de marinheiro sobre os Vampirtas para seus filhos gêmeos, Connor e Grace. Abalados com sua repentina morte e com a falta de bens deixados por seu pai, os irmãos decidem fugir com o antigo barco, no qual agora pertencia ao Banco da cidade, do que viver num orfanato ou serem criados por pais adotivos.
      Nessa viagem, ocorre uma inesperada tempestade e cada um dos irmãos são resgatados por navios diferentes. Enquanto Connor é levado pela subcapitã de um navio pirata e se junta à tripulação muito bem receptiva, Grace é resgatada do mar pelo aspirante do navio dos Vampiratas. Cada um vive conflitos internos e sociais pela falta que sentem um do outro e pela esperança de se encontrarem novamente, vivenciam intensas aventuras.
      A história se passa em 2505 e ocorre em, mais ou menos, uma semana. Sem precisar de mais tempo corrido na história, Justin Somper soube escrever de um modo fantasmagórico, mas suave e que deixa o leitor vidrado nas cenas mais aventuradas. Com o objetivo afiado, o escritor soube medir a descrição dos detalhes - tanto dos personagens quanto das cenas de luta - muito bem caracterizados e personalizados.
      O final da primeira aventura de Connor e Grace não deixou dúvidas de que ela precisa ter continuação. Algumas dúvidas e assuntos pendentes no qual há em todo final de parte de uma saga, deixa a desejar mais.

~ Flopi

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Eu iria dormir...

...se não estivesse começado a pensar nesse assunto de novo.
      É sempre assim. Sempre à noite.
      Já chorei demais certo tempo atrás, por outro motivo. Será que irei passar noites seguidas chorando de novo, por outro assunto? Eu não quero chorar, eu sinto raiva. Mas a raiva me faz chorar, é inevitável.
      Escrever.
      Isso.
      Escrever melhora, estarei desabafando... para mim mesma.



      As pessoas nos deixam, ou nós as deixamos ir? Nunca nos imaginamos distante de alguém... até que ela se torna inalcançável. Queremos puxá-la de volta para nós, mas não conseguimos.
      E lá se vai outra.
      Onde anda minha amizade que não há barreiras que destrua? Em qual ser racional, ou até mesmo irracional está minha inatingível companhia? Por onde procurar alguém para fazer um dueto de violões? Para passear no shopping sem ter nada programado? Para virar a noite apenas tendo uma divertida conversa, sem segredos para esconder, sem inveja para sentir, sem compromisso com o dia seguinte?
      Eu não sei.
      Eu tentei.
      Achei que havia encontrado, ou melhor, eu sentia certeza.
      Mas há muito tempo... percebi que não era a amizade verdadeira.

      Agora, será que poderei dormir?


~ Flopi

sábado, 22 de dezembro de 2012

Poderia ter sido...

...de tudo. Ou nada.


      Ela poderia ter sido uma psicóloga, engenheira eletrônica, professora.
      Até mesmo médica ou programadora de jogos. Ela adorava isso, jogar. Sempre acreditou na vida como um jogo. Mas agora ela sente, vê, ouve, cheira... mal. Tudo é ruim ao seu redor.
      Ela poderia ter sido tudo aquilo, se ela tivesse parado de brincar na hora certa, ou pelo menos, não tarde demais. Agora ela é nada, talvez seja um humano, mas se parece mais como um animal.
      Vagueia pelas ruas apenas sob o luar, por vergonha. Vergonha de a verem naquele estado. Alguém que um dia tinha tudo, e poderia ser o que desejasse ser. Mas ultimamente ela não teve escolhas e nem desejos.
      Ela não tem mais esse privilégio.
     Privilégios todos nós temos, basta percebê-los. Pode ser alguém, ou nada. Mas não deixará de ser algo bom, algo que muitas pessoas no mundo não tem a possibilidade de ter.

                                                                                              ~ Flopi

domingo, 16 de dezembro de 2012

Do céu a nós... #6


...esses dias comecei a cantar enquanto lavava louça. De repente, estava num palco de madeira, bem alto. Havia uma plateia me olhando e apreciando meu talento vocal ao ar livre sob aquela lua nova, na qual não se obtinha a mais bela luz lunar. Porém ninguém sentia falta, era algo desnecessário visto que holofotes apontavam em minha direção, visto também que haviam luzes coloridas irradiando emoção para o público, emoção na qual era o que eu mais queria transmitir através da voz. O público aplaudiu em pé, assoviou, alguns até pularam... Mas o pior foi perceber que a minha emoção não foi transmitida para o mais importante, ela estava de olhos fechados para mim. E ela não tem ouvidos, nem luz, pois é nova.
.
  Logo depois, quando cacos de vidro cortaram meu dedo indicador, percebi o porquê dela não ter brilhado e me visto. O Sol, naquele singelo e dolorido momento, irradiava... Não era emoção, era a luz. A luz que fazia a Lua enxergar outros talentos em outro canto do mundo, mas ela há de chegar até mim.

~ Flopi

Eu lhe vejo hoje...


Caminho amanhã...
Deito na segunda...

Não.

Eu faço isso tudo
num dia só.
Mesmo que pareçam horas,
se passam minutos.
Mesmo num único momento
eu tenho um único pensamento.

Que eu só sei pensar em você.
~ Flopi

terça-feira, 19 de junho de 2012

“Não sei”...


...seria uma resposta relativamente certa, se alguém me perguntasse o que estou fazendo na escola ou o porquê. Mas como é uma pergunta de mim para mim mesma... A resposta muda. A reflexão muda.
                Então começarei falando da infância: quando somos crianças, gostamos da escola e é por isso que vamos, sem nos sentirmos obrigados. Mais logo, para alguns, essa sensação de “gostar da escola” muda, se sentindo obrigado a ir. Portanto, existem outros que se sentem livres para ir à escola, e gostam, para o resto da vida escolar. Como eu.
                No início: coisa de criança. Mais tarde: Um lugar que se tornou o meu porto seguro, assim digamos. Eu me sentia bem e feliz, longe dos outros (únicos) problemas. Desde ali, quando percebi que o único lugar onde eu queria estar era a escola, o meu sentimento de “estudante” mudou para algo como “o segundo lar” (e o melhor). De uns anos pra cá, as coisas se ajeitaram... Os problemas? Sempre têm. Mas aprendemos a lidar com eles...
...depois de um tempo.
                Por fim, estou na escola porque aprendi a amá-la e hoje me sinto uma estudante de verdade. E isso me dá orgulho. Sim, orgulho de me sentir estudante novamente. E espero me formar na escola, passar em um curso, entrar e me graduar numa faculdade... Enfim, seguir a vida. Do meu jeito. É por isso que estou lá, porque lá foi onde aprendi a me sentir estudante – e serei por mais uns bons anos.


~ Flopi

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Estrofe: CXIX

Tu só, tu, puro Amor, com fôrça crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fôra pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sêde tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

(Os Lusíadas) de Luís Vaz de Camões